HORA CERTA

sábado, 16 de maio de 2015

Donos da Azul e da Avianca disputam compra da aérea portuguesa TAP

Os empresários David Neeleman, controlador da companhia aérea Azul, e Germán Efromovich, da Avianca, vão disputar a compra da estatal portuguesa TAP, que está em processo de privatização. As propostas foram entregues nesta sexta-feira (15) ao governo português e serão avaliadas nas próximas semanas. Neeleman se aliou a investidores da Azul e ao grupo de transporte rodoviário português Barraqueiro para disputar a aérea. Os sócios da Azul são os fundos Bozano, TPG, Weston Presidio e Gávea, mas Neeleman não confirmou quais estão no consórcio que tenta comprar a TAP. O empresário disse que entrou na disputa pelo potencial de conectividade entre a operação da companhia aérea portuguesa e a Azul. "É um negócio interessante, porque a TAP tem um tráfego forte para o Brasil. A Azul e a TAP podem fazer muitas coisas juntas", disse Neeleman ao Estado. Além de Neeleman e Efromovich, o empresário português Miguel Pais do Amaral, dono de negócios em diversos setores, como financeiro, agrícola e imobiliário, também apresentou uma proposta pela empresa. "A privatização será um processo competitivo e concorrencial. Isso é bom. Foi o que pusemos como objetivo quando anunciamos a reabertura do processo. Não podíamos voltar a situação de ter apenas um interessado", disse o ministro da economia de Portugal, António Pires de Lima, ao jornal Expresso, relembrando a concorrência de 2012 que só recebeu uma proposta. O valor das ofertas não foi divulgado. O interesse dos grupos donos de empresas aéreas brasileiras no negócio se deve ao forte tráfego da empresa para o Brasil. Dos 11,4 milhões de passageiros transportados pela TAP no ano passado, 39% deles voaram nas rotas entre Brasil e Europa. Hoje a TAP atende 12 cidades brasileiras, a maior cobertura oferecida por uma aérea estrangeira. "A TAP é uma empresa apetitosa tanto para a Azul quanto para a Avianca. Existe uma complementaridade de rotas", explica Jorge Leal Medeiros, especialista em transporte aéreo e professor da USP. O motivo, diz, é que os passageiros das rotas internacionais da TAP podem ajudar a Azul e a Avianca a encher seus aviões e distribuir nos voos pelo Brasil e vice-versa.

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