HORA CERTA

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Limites

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos, os erros de nossos progenitores… E com o esforço de abolirmos os abusos do passado… Somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado… Os mais bobos e inseguros que já houve na história. O grave é que estamos lidando com crianças mais “espertas” do que nós, ousadas, e mais “poderosas” que nunca! Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ser, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais… E a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos. Os últimos que tivemos medo dos pais…. E os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais… E os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E, o que é pior… os últimos que respeitamos nossos pais… À medida que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical… Para o bem e para o mal. Com efeito, antes se considerava um bom pai, aquele cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens, e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais, e veneravam seus pais, mas à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo… Hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco o respeitem. E são os filhos, quem agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem suas ideias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver. E que além disso, que patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer ; os papéis se inverteram. Agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para “ganhá-los” e não o inverso como no passado. Isto explica o esforço que fazem tantos pais e mães para serem os melhores amigos e “darem tudo”a seus filhos. A debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo… Aos nos verem tão débeis e perdidos como eles. Os filhos precisam perceber que durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter… E de guiá-los, enquanto não sabem para onde vão… É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os… E não atrás, carregando-os e rendidos às suas vontades. Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

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